Fantasia é um tema raramente abordado por escritores brasileiros e convenhamos, poucos aqui conseguiriam a proeza de dar vida a fadas, elfos e bruxas.
Porém, nada é impossível. E Raphael Draccon surgiu para provar isso.
Depois da trilogia Dragões de Éter, tenha uma certeza: você jamais verá os personagens de contos de fada da mesma forma.
Chapéuzinho Vermelho, João e Maria, Vovozinha, Lobo Mau, Capitão Gancho e uma infinidade de personagens dos contos, tem suas histórias continuadas pelo mestre da fantasia brasileira, Raphael Draccon.
Raphael Draccon nasceu no Rio de Janeiro, em 1981, e começou a carreira profissional aos 16 anos como digitador e redator de dois jornais de bairro.
Aos 18 anos assumiu como professor de um dojo de artes marciais.
Aos 19 anos ingressou na faculdade de cinema, onde se dedicou na especialização da escrita cinematográfica.
Aos 22, escreveu o primeiro romance da série de literatura fantástica: “Dragões de Éter”, ainda durante os tempos de faculdade e aos 25 anos tornou-se o autor mais jovem a assinar com a editora espanhola Planeta do Brasil, permanecendo por 06 meses entre seus autores mais vendidos.
Dragões de Éter foi uma aposta alta do jovem e ele acertou exatamente na mosca ao criá-la.
A narrativa é feita em primeira pessoa, porém a história não é narrada pelo protagonista uma vez que em nenhum momento o narrador se defronta com os outros personagens e isso é peculiar, porque dá a impressão que o narrador é alguém de fora, que pode observar tudo e todos sem se preocupar em ser visto. Outro ponto são os personagens. A história não é narrada apenas pela Ariane Narin ou João e Maria Hanson ou pelo príncipe Axel Terra Branford ou Primo ou alguém em particular, mas sim por todos eles. Sim, é claro que alguns personagens como Maria e Axel, Ariane e João, possuem um destaque maior, pelo menos na primeira metade de Caçadores de Bruxas. Não importa realmente a quantidade de personagens que narram se o autor sabe levar o leitor a todos os lugares que ele deseja, de um porto velho de Andreanne ao Palácio do Rei Primo. E tenho de confessar que Raphael Draccon faz isso com maestria.
Pode parecer simples, mas tarefa do rapaz não foi assim tão fácil, uma vez que reunir vários contos de fadas num lugar só e construir toda uma sociedade política e social com eles não é uma tarefa fácil. Primeiro porque Caçadores de Bruxas é uma situação pós-lobo mau, pós-bruxa má, pós-felizes para sempre. Depois, são contos que todas as pessoas conhecem e se é perigoso para um escritor lidar com algo desconhecido do público, é ainda mais árduo agradar com algo que eles já conhecem. É extremamente divertido ler um livro que retrata toda uma suposta continuidade dos contos que você ouvia desde criança.
A base e a autenticidade do escritor é extremamente relevante, pois ele criou para cada personagem uma personalidade unica e forte e em Nova Éter, qualquer marujo ou mendigo pode se tornar o personagem principal. O interessante é você nunca saber o que o aguarda, a cada página virada e diga-se de passagem, poucos escritores conseguem manter sua atenção em seu enredo, da forma que Draccon o faz.
Todos os que acompanharam estes contos quando criança devem ter a eterna pergunta entalada na garganta: O que aconteceu com eles depois do felizes para sempre?
Até então, não havia resposta.
As personagens eram eternamente jovens, não morriam, não tinham filhos ou cresciam e tinham suas namoradas e namorados.
Nestes livros, você vai entender os motivos de uma mãe deixar a filha ir sozinha pelo bosque durante a noite com uma cesta de doces para sua avó. Conhecerá a história do príncipe que conheceu uma plebéia e do irmão dela que conheceu uma menina cujo chapéu um dia fora vermelho e se emocionará com o reencontro de um caçador que encontra a protegida, numa taberna onde um plebeu se tornou Rei.
Exatamente assim tudo começa.
E o conto outrora de fadas, dará espaço às bruxas e todas as consequências que virão no desenrolar dos acontecimentos.
Esta é minha dica de hoje.
Postado por: Rafa Kun
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